Educação infantil: Música clássica para crianças

Educação infantil: Música clássica para crianças

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Este blog foi idealizado para a educação musical infantil e sua presença nas famílias. Por isso, considero bem importante esta discussão. Importa diferenciar a música clássica da popular? Será que realmente é necessário distinguir entre estes gêneros? A música de concerto tem características, além do repertório que a diferem do gênero popular? Dá pra colocar tudo isso em uma única caixa? Apresentar a música clássica para crianças é benéfico? Vejamos…

Por um lado não precisamos fazer distinção…

Enquanto músico, eu diria que  esses estilos não possuem diferença nenhuma, até porque dentro do que denomina-se clássico existe uma infinidade de estilos e gêneros musicais. O mesmo ocorre no gênero popular.

Muitos músicos não gostam desta divisão, porque isso seria um “engessamento” de sua atividade. Eu gosto de misturar minhas composições “populares” com músicas de J.S. Bach, por exemplo, que eu simplesmente amo e para mim são universais.

Antes de adentrar o assunto da música clássica para crianças é importante que você tenha clareza ao entender esse meu ponto de vista e também a distinção entre este gênero e a música popular. Falarei desse assunto mais detalhadamente no tópico abaixo.

                

Mas…  Música popular e música clássica para crianças:

Enquanto educador musical acredito que vale uma distinção clara entre o que é erudito, clássico e o que é popular. É que, para um músico profissional, a ideia citada acima é compreensível, dada a sua trajetória. Já uma criança precisa de parâmetros para que algum dia possa chegar a esta ou àquela conclusão por si mesmo.

Uma das melhores técnicas didáticas, seja em que área for é a de criar categorias. Este blog é dividido em categorias, as matérias da escola nada mais são do que categorias do conhecimento, ss profissões são categorias. Dessa forma pode-se dizer que conseguimos “organizar o aprendizado”, logo, tornamos ele mais fácil.

Sendo assim, eu digo que é preciso ensinar a escutar uma orquestra, assim como a um grupo de choro. As diferenças são claras mas as semelhanças saltam aos ouvidos e com o tempo cada um verá que a maior semelhança entre dois estilos de música é o mergulho que podemos fazer durante uma escuta musical.

Eu falo muito pela minha própria experiência de quando eu era criança. E com relação às minha filhas, estou sempre mudando de um disco pro outro, o que torna esta miscelânea algo natural.

Um dia a Rosa ficou super curiosa com o que eu estava ouvindo no fone de ouvido. Era Tom Jobim Sinfônico (Orquestra do Estado de São Paulo). Pra mim foi incrível ver suas reações. Ela sorria, como se estivesse entrado em um mundo diferente ao colocar o fone. Parecia estar adorando, mas não quis escutar por mais de 2 minutos. Ela só tem 4 anos, e o encantamento que ela sentiu vale mais do que querer ouvir a música inteira.

Outro episódio interessante aconteceu ontem mesmo. Fiz uma apresentação, e decidimos levar as crianças, já que eu teria que terminar o show até no máximo às 22 horas. Foi bem interessante. Elas brincaram bastante, e pareciam alheias à música. Mas em um certo momento a Lira me pediu uma música, que eu costumo cantar para elas em casa. E hoje, de repente elas começaram a cantar uma das músicas do show, sem que eu tenha dado qualquer estímulo. Isso mostra mais uma vez como devemos confiar nos estímulos positivos que damos às crianças. A forma como elas demonstram nem sempre é do jeito e na hora que esperamos. Mas certamente estão sempre processando estas informações.

Rock´n Roll e Bach: a mesma viagem

Antes de eu estudar música, comecei minha caminhada da maneira que considero ideal: Viajando no som. Eu ficava horas ouvindo música no fone de ouvido e realmente viajava… Na época não era música clássica, apesar de eu  já ter acesso a alguns discos deste gênero que eram dos meus pais.

O que eu ouvia era principalmente a banda Metallica. Ouvia também Simon & Gargunkell, James Taylor e depois comecei a me interessar de verdade pelo violão porque conheci o Paulinho Nogueira. Bem antes disso tudo eu já havia começado a aprender violão com meu pais mas não tinha ideia de onde isso me levaria.

O Paulinho Nogueira me impressionava porque foi o primeiro violonista que escutei com ouvidos atentos. E desde este momento fiquei impregnado de uma estética de pureza e clareza musical, vindo do violão.

Ainda assim eu viajava mesmo em Metallica (gostava de Ramones, AC/DC e outras bandas do gênero ). Depois de estar estudando música por alguns anos me dei conta de que, na verdade, a minha escuta dos discos dessas bandas era a mesma que eu tenho hoje escutando Bach ou Rachmaninoff.

      

Percebi que realmente o que une todos os estilos é o fato de cada um mergulhar no som, escutar com profundidade. Portanto esta “igualdade” está na pessoa e não no estilo musical, e não é possível impor isso a alguém.

ATENÇÃO, não é saudável impor este tipo de coisas às crianças, por esta razão é didaticamente importante fazer distinções entre gêneros.

Repertório:

O repertório em si não é o mais importante de se distinguir, isso porque é vastíssimo o campo de possibilidades em ambos os gêneros.

A principal distinção na apresentação destes dois gêneros, a meu ver, é o formato do espetáculo. Um concerto de música clássica é bem diferente de um show em uma casa noturna, por exemplo.

Quando ouvimos gravações, podemos escolher onde ouvir, então deixa de haver esta distinção. O que importa é não usar os gêneros como barreiras. Cada estilo de música tem o seu momento na minha vida. O que eu posso dizer que não gosto mesmo é de músicas com letras obscenas, ou de amor ressentido.

Fora o que mencionei acima e outras particularidades penso que tudo tem o seu lugar. É algo que gosto também de cultivar nas minhas filhas. Preconceito zero com estilos musicais.

 

 

 

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