Quando ensinamos violão a iniciantes, é comum haver alguma resistência do aluno quanto a determinadas “regras”. Talvez, para ele, o esforço em seguir tais regras pareça desnecessário e até mesmo prejudicial. Isto não é à toa, já que nossa primeira sensação ao iniciar na prática de uma técnica ou tentar corrigir um vício é justamente de perda de habilidade, como se isto estivesse nos impedindo de tocar melhor e não passasse de mera imposição vazia. Sabemos, no entanto, que não é assim.
Pense que ao tentar corrigir um vício técnico ou adquirir uma nova habilidade, estamos saindo de nossa zona de conforto, a fim de expandir a área de nosso domínio. E claro, a primeira sensação que temos ao sair de uma zona de conforto é de insegurança e impotência diante das coisas, mas lembre-se: isto não significa que nos tornamos mais fracos, significa somente que nossa fraqueza agora nos foi revelada e pode, enfim, se converter em uma nova força.
Contudo, não basta somente que saiamos de nossa zona de conforto desorientadamente, mas é necessário que saibamos para onde ir. Caso não fizermos isso, o resultado será pior e ainda mais frustrante. Neste texto, mostrarei a você 3 erros comuns que os iniciantes cometem e 1 só solução para resolver todos eles!
Passemos então para o primeiro:
1. Tocar só com o polegar e deixar os dedos/pulso apoiados no tampo
Isto é muito comum entre os iniciantes no violão. Se trata de deixar os dedos ou o pulso apoiados no tampo do instrumento, a fim de conferir alguma estabilidade à mão. Isto acontece naturalmente, como uma resposta à sensação incômoda de “mão flutuante” que podemos ter ao tocar. No entanto, devemos ter em mente que embora surja realmente uma sensação de comodidade ao fazê-lo, esta solução traz consigo problemas ainda piores. Além da sua mão se tornar “dura” e incapaz de executar adequadamente os movimentos, será bem mais difícil posicioná-la adequadamente para tocar novamente com os dedos ima. Portanto, não se deve apoiar nem os dedos nem o pulso no tampo.
2. Tocar apoiando (sem consciência)
Tocar apoiando significa descer/subir o dedo para a corda vizinha assim que ele é tocado, apoiando-o nessa corda. Isto é uma técnica bastante usada (especialmente no violão flamenco), porém devemos ter consciência de quando a utilizamos. Apoiar o dedo pode ser uma maneira de conferir um som mais forte e presente àquela nota/melodia, mas pode também ocorrer por mero incômodo em ficar com o dedo sem apoio em nenhum lugar. Neste último caso, o que motiva a prática não é almejar um som específico, mas a pura inabilidade em lidar com o dedo “solto”.
Devemos, portanto, aprender a tocar com o dedo solto (que é o mais difícil), a fim de que possamos inclusive aprimorar nossa técnica apoiada e saber lidar bem com a situação naqueles momentos em que não é possível e nem conveniente usá-la.
3. Polegar esquerdo querendo abraçar o braço do violão
Este é também um vício muito comum. Ele decorre, como os outros dois, de uma resposta espontânea àquela sensação de falta de firmeza. Esta falta de firmeza, no entanto, não deve ser resolvida dessa maneira, que, no fundo, só impede que nos aprimoremos na técnica e desenvolvamos a capacidade de tocar com leveza e fluidez. O polegar deve, na verdade, ficar solto e livre por trás do braço, não apoiando ou segurando o violão, mas somente auxiliando a mão nos movimentos minuciosos. Você não deve sentir tanto a necessidade do polegar por trás do braço, mas ser inclusive capaz de tocar sem sequer encostá-lo.
Mas afinal, como resolver tudo isso?
A resposta é, por incrível que pareça, muito simples. O seu corpo deve formar uma espécie de tripé, para segurar com firmeza o violão. Estando o violão bem posicionado nesse tripé (o que pode demorar um tempo para se dominar bem), não haverá sensação de incômodo e falta de firmeza, porque esta estará sendo resolvida da melhor maneira.
Portanto, para fazer esse tripé, você deve manter 3 pontos de contato com o instrumento, que são: perna, peito e braço (direito, no caso de destros). O violão ficará estável nesta posição, e, estando estável, não haverá necessidade de recorrer ao tampo do braço, ao “tocar apoiando” ou ao polegar da mão esquerda, a fim de ter alguma sensação de estabilidade. Você pode ver o vídeo a seguir, em que Ricardo Novais explica tudo isso e mostra fazendo em seu violão.
Bem sabemos que uma boa orientação é fundamental para que nos desenvolvamos no violão. Sabendo disso, Ricardo Novais elaborou minuciosamente os cursos do site Amigo Violão, que lhe darão o caminho, seja você um iniciante, uma criança ou mesmo um intermediário querendo se aprimorar. No site Amigo Violão, você poderá dispor também da NAVE, que além de lhe conceder acesso a todos os cursos, ainda oferece encontros ao vivo, pela plataforma Zoom, com o professor Ricardo, em que ele tirará todas as suas dúvidas.